quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

OS NOVOS VAMPIROS


Uma coisa em que, obviamente, as companhias que proporcionam tv+internet+telemóvel, ou seja, as Nos, as Meo ou as Vodafone deste mundo, não pensam, é que os seus pacientes têm emoções. Quer dizer, que se irritam, ofendem, indignam. A começar logo pela "fidelização", que a curto prazo
 parece um ganho comercial, mas, realmente, enerva o consumidor que se sente mal no casamento. Continuando no tratamento pós-venda dos clientes, que é uma vergonha. (Agendamentos e remarcações sucessivamente incumpridos, sem aviso prévio, por exemplo). Concluindo com cobranças enganosas, propostas em letra miúda com rabo de fora, etc.

Como são grandes empresas, o lado humano escapa-lhes. Basta pensar no jeito que lhes dá que as suas páginas na internet não aceitem reclamações, para se perceber o calibre de Xico-espertismo que os move. Nos EUA, certos incumprimentos ou desleixos seriam ressarcidos. Como estamos em Portugal, onde os tribunais são os mesmos que deixam o Dr. Carrilho ir em paz, ninguém se lembraria de pedir indemnização. E, portanto, as companhias tornaram-se piratas de olho de vidro, perna de pau e cara de mau. Prestam mau serviço e estão sempre prontos para enganar o cliente.

Havendo queixas de consumidores, aliás, embatem sempre em advogados carenciados de qualquer sombra de escrúpulo, desses que enviam cartas ameaçadoras a senhoras idosas por diferenças de cêntimos, e respondem aos mails na prosa feroz de tubarões insensíveis. Não vale a pena chamar a Deco contra o bullying de tais companhias.

Quando mudei de casa e se descobriu que a empresa não tinha condições para instalar o "produto" no meu novo lar - sem que eu tivesse nisso a menor culpa -, fizeram-me pagar a cóima correspondente à minha traição. Lembro-me de ter argumentado: "Mas eu quero manter o contrato. Os senhores é que não estão tecnicamente aptos para a alteração." E de me terem retorquido, sem rir: "O contrato não foi feito consigo, mas com a casa onde morava."

Infelizmente, quem teve de pagar não foi a casa onde eu morava!

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